quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

[Por Hugo Filipe] Segurança Pública: Um dever irrevogável




O texto em anexo lá embaixo é de Leon Eliachar e está presente no livro "Guia de Sobrevivência na Selva", que foi transcrito por Carlos Heitor Cony, e publicado em 1999 no Folha de São Paulo. O autor foi muito sarcástico e irônico, porém muito perspicaz ao destacar que ninguém está mais seguro, em lugar nenhum, e é interessante que ele tem uma visão simplista, moderna sobre o assunto e desfecha de forma brilhante a crônica.

De fato, pegando o gancho que a Dilma Roussef se tornou a nova e primeira presidente mulher deste país, ela tem nas mãos a chance, e na verdade o dever, de resolver o problema da violência, que já foi pauta de muitos mandatos presidenciais.

O Brasil sediará as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014, e a Dilma será a presidente durante, pelo menos, o ultimo, se não for reeleita. Contudo, no caso de não ser ela a presidente em 2016, ela deve deixar um trabalho já alicerçado, pois o responsável pelo mandato seguinte terá meio tempo pra "arrumar a casa". O que não pode é um país apontado como emergente econômicamente, apresentar-se para o mundo cheio de falhas ou descasos sociais, pois o que vivemos é uma calamidade pública.

Mas não adianta cobrar da Dilma se os senhores prefeitos e governadores não agirem em conjunto, ao contrário do que fez o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, durante a ocupação militar da Favela do Alemão e da Vila Cruzeiro, libertando a população do controle do tráfico de drogas. É preciso que iniciativas como essas sejam tomadas pelo governo, trazendo paz e tranquilidade, pois tenho certeza que foi o pedido, a prece, o desejo de muita gente a durante a noite da Virada do Ano.

E por fim, aproveito o espaço que o blog me disponibiliza para cobrar das autoridades das duas cidades que já morei, e em uma delas ainda moro, sobre a segurança pública. Senhores prefeitos de Imperatriz e Marabá, respectivamente, Sebastião Madeira e Maurino Magalhães, peço a vocês que coloquem como prioridade a segurança pública de suas cidades, pois fazendo um paralelo entre as duas, temos cidades de segunda grandeza em seus respectivos Estados, culturalmente e economicamente parecidas, e enfim, por já ter morado nas duas sei que ambas necessitam da mesma mudança/reforma.

Os governantes de ambos os Estados deram sorte, pois suas respectivas capitais não foram eleitas pela FIFA como sede da Copa, então, a pressão pra que essa reforma aconteça é menor, mas não quer dizer que não é necessária e nem muito menos que não é urgente, uma vez que Marabá, por exemplo, com uma progressão prevista de que em 5 anos a cidade dobrará sua população, devido a vinda de pessoas de outras localidades. Essa informação já é conhecida por todos os marabaenses, e, devido a isso, uma reforma na moradia já há algum tempo foi implantada, porém, mais voltada para o setor privado. Enquanto isso, no Bairro Belo Horizonte, cresce a "invasão", uma ocupação nada legalizada, mas que tem dado oportunidades, apesar da estrutura precária, de moradia pra quem carece de local.

Enfim, me alonguei um pouco sobre a assunto, mas gostaria de deixar registrado meu manifesto e minha cobrança. Não sei se meu texto fará ouvir os que necessitam escutar, mas espero contribuir de alguma forma para a propagação desta discussão.

Como evitar um assalto - Leon Eliachar*

1) Não sair de casa

2) Não ficar em casa
3) Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado
4) Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro
5) Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar
6) Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução
7) Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona
8) Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado
9) Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada
10) Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.


*CURIOSIDADE
Mesmo munido do "Guia de sobrevivência na selva", Leon Eliachar foi assassinado na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1987. Segundo o noticiário da época, a mando de um rico fazendeiro paranaense com cuja esposa o autor vinha mantendo um romance. É interessante este fato, pois a publicação de Cony parafrasea este texto, sugerindo que um 11º tópico seja adicionado.

11)não amar a mulher do próximo, nem a própria"

Talvez isso evitaria a morte de Eliachar.

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